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Notícia #16: Residência Artística “Tropeçar, por favor!” – APPACDM de Anadia

Notícia #16: Residência Artística “Tropeçar, por favor!”

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Notícia #16: Residência Artística “Tropeçar, por favor!”

Esta residência artística juntou profissionais da dança com pessoas com PDI

numa criação que pretendeu honrar as diferenças e trazer-lhes subjetividade artística:

o que é melhor? Tropeçar ou sem tropeçar? Torto é direito? A sincronia na dança importa?

Acentuam-se as variâncias de ritmo e desafia-se a utilização do peso no grupo.

Entre 9 e 13 de setembro, o CACI da APPACDM de Anadia promoveu uma residência artística, no âmbito da expressão corporal, para um grupo de pessoas com PDI em parceria com a Sublime Dance Company (SDC) que dirigiu esta residência e facilitou a comunicação e contacto com este público.

Esta residência teve como finalidade oferecer referências culturais diversificadas, promovendo a participação e a qualificação das pessoas com PDI na cultura em diversos domínios da vida artística. Partindo do pressuposto de que as pessoas com PDI têm um potencial criativo, artístico e intelectual, este projeto ultimou-se como instrumento de promoção dos seus direitos. Em suma, constituiu um ciclo de ação que contrariou desvantagens e limitações e que promoveu a inclusão social e a qualidade de vida das pessoas com PDI.

Foi realizada também em parceria com a CERCIPOM, envolvendo também um grupo de clientes. Este projeto envolveu 23 participantes – 4 bailarinos e 1 coreógrafa da SDC, 7 clientes e 2 técnicas da APPACDM de Anadia e 7 clientes, 1 técnica e 1 monitora da CERCIPOM.

Concretizou-se sustentada no financiamento da Direção-Geral das Artes e do Município de Anadia e na parceria estabelecida com o Club de Ancas. Estas colaborações e apoios foram determinantes para o sucesso deste projeto.

A residência culminou com uma apresentação pública no dia 13 de setembro no Cineteatro de Anadia.

Este projeto não tinha qualquer ambição de criar uma peça artística, por isso esta apresentação pública foi isso mesmo: uma apresentação do trabalho realizado com os participantes durante a semana artística. Assim, foi uma mostra das aprendizagens e experiências vividas durante os 5 dias de residência, focados na consciência do corpo e na interação com o outro e na relação com o espaço, o tempo e o peso.

O resultado ultrapassou qualquer expectativa, sendo que o foco era apenas destacar o potencial criativo, artístico e intelectual dos participantes e oferecer experiência culturais diversificadas.

No final do espetáculo houve ainda tempo para partilhar as experiências dos intervenientes e responder a questões do público. E as palavras finais de um participante resumiram tudo: “foi cansativo e exigente mas fui muito feliz durante estes dias e neste palco!”

Este projeto foi a evidencia de que a inclusão também se faz de cultura e a cultura também se faz de inclusão.

Sinopse:

Tropeçar, por favor! teve um elenco heterogéneo partilharam o protagonismo de palco.

Como é que se abraça essa versatilidade e se constrói uma narrativa não verbal com ritmo, peso, forma e estruturação espacial e temporal que tenha uma leitura visual de fluidez, adaptação, sociedade e padrão? Como podemos todos fluir dentro de um grupo heterogéneo? Imagine-se uma cidade vista de cima, onde a individualidade não interessa, mas sim os padrões realizados pelo número de pessoas existentes? Como é que os padrões comunicam a individualidade? Será que o fazem? Será que os padrões do fluxo de vida de todos nós nos demonstram que convergimos para mais semelhanças que diferenças? Vejo uma cidade habitada por milhares de pessoas e sinto o movimento da população, mas o que acontece quando me cruzo com o indivíduo e entre nós os dois temos que decidir qual irá passar primeiro pela porta? Quem dá a vez? As regras da sociedade em movimento, como se deslocam no espaço? Algumas destas questões serão colocadas de forma mais concreta e metafórica durante a residência. Sendo que existe uma apresentação final pública, o objetivo é também receber as sugestões dos participantes e dar-lhes forma na coreografia de maneira mais imediata, com pouca resistência, já que a espontaneidade revela mais padrões do que a ponderação.

A criação desta peça tem como expectativa futura a circulação nacional e integração da peça em diferentes tipo de eventos que se alinhem com a filosofia de inclusão e diversidade artística.

Link para visualizar a reportagem do Jornal da Bairrada

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