“APESAR DE TUDO, é muito feliz!”

Esta e outras frases são bastante comuns no universo de assuntos relacionados com as pessoas com Perturbação do Desenvolvimento Intelectual (PDI), uma vez que enfrentamos um desafio que pode ser invisível chamado capacitismo.

O capacitismo é um tipo de discriminação caraterizado pelo ato de entender que as pessoas com PDI são incapazes ou inferiores às pessoas sem deficiência e que o simples facto de a pessoa executar tarefas triviais a torna uma espécie de herói, exemplo de coragem e/ou inspiração. Por exemplo, assumir que as pessoas com deficiência não conseguem praticar desporto ou não conseguem trabalhar devido à sua deficiência é um pensamento capacitista e cria barreiras à inclusão. Por outro lado, quando sobrevalorizamos a trajetória de vida de uma pessoa com PDI é porque partimos do pressuposto que a pessoa não é capaz, não é produtiva, não aporta valor e que, quando atinge determinadas “conquistas” é um feito heroico.

Enquanto sociedade consideramos que as pessoas com PDI ou são uns “pobres coitados”, ou são “um máximo” por fazerem coisas. Isto tem que mudar. Temos que perceber que as pessoas com PDI querem acessibilidade e autonomia sobre a sua própria vida e que juntos podemos construir um mundo mais inclusivo, onde cada pessoa é valorizada pelos seus talentos e singularidade. E por isso, deixamos algumas recomendações:

_ Não infantilize as pessoas com deficiência _

_ Não considere as conquistas das pessoas com PDI como um “milagre” _

_ Não use termos pejorativos (coxo, tolinho, …) _

_ Não estigmatize as pessoas com deficiência (coitadinha, especial, …) _

Bibliografia:

“Inclusion4all promove a discussão sobre o capacitismo”. Retirado de Associação Salvador a 18 de julho

“Há um estereótipo de que as pessoas com deficiência são umas coitadas, que a nossa vida é grande infelicidade”: serás tu um capacitista? Retirado de expresso.pt a 19 de julho

Artigo publicado no Jornal da Bairrada a 1 de agosto de 2024.