Os estudos indicam que “a sexualidade é um fenómeno natural, transversal a todo o ser humano, devendo ser vivenciada na sua plenitude por todos sem exceção.” Assim, torna-se crucial desenvolver atitudes promotoras da saúde sexual que possibilitem a vivência de experiências sexuais com prazer e seguras livres de qualquer coerção, discriminação ou violência.

Com efeito, a dimensão sexual das pessoas com PDI não pode anular-se e “por muito complexa que seja a condição da criança, jovem ou adulto, a dimensão sexual deverá ser sempre considerada para ambos os sexos.”

E, enquanto se ouvem vozes entre as pessoas com PDI que dizem “Eu gostava de saber mais sobre relação sexual”, há ideias pré-concebidas que os afastam de conversas sobre sexualidade deixando várias das suas dúvidas sem resposta. Como se este fosse um tema que lhes está vedado, um direito que é ignorado e uma necessidade que não é tida em conta. Estas atitudes são muitas vezes sustentadas pelo mito de que as pessoas com PDI são assexuadas e sendo assim, não têm sentimentos, pensamentos e necessidades sexuais. Ideia esta que está relacionada com a crença de que estes indivíduos são infantis e, neste sentido, incapazes de usufruir de uma vida sexual adulta. Não, não é verdade!

As pessoas com PDI têm desejos e impulsos sexuais, têm vontade de saber mais e vivenciar livremente a sua sexualidade e, muitas vezes, por causa de crenças erradas, estão em profunda desvantagem no que toca à satisfação de necessidades básicas como é a sexualidade.

Bibliografia:

Marques, A. (2017). “As pessoas portadoras de deficiência mental também são seres sexuados”

Vieira, R. (2015). “Sexualidade na Adolescência: Implementação de um Programa de Orientação para Alunos com Défice Intelectual”

OPAS (s.d.). “Saúde sexual e reprodutiva”

Artigo publicado no Jornal da Bairrada a 4 de abril de 2024.